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Radiologia digital: o que muda com os resultados de exames online

Comodidade e conveniência para o paciente, além de economia para os centros de medicina diagnóstica, são apontados por especialista como os principais impactos da modalidade

A radiologia digital se modernizou ao longo dos últimos anos. Com o avanço de ferramentas como RIS e PACS, muitas doenças são diagnosticadas antes mesmo de apresentarem sintomas, exercendo papel fundamental no ciclo de cuidado com o paciente ao apresentar resultados que não somente trazem assertividade ao diagnóstico, mas também melhores oportunidades de tratamento.

Para se ter uma ideia da evolução desse cenário, o número de maquinários utilizados para diagnósticos por imagem bateu a marca de 133.306 em 2018, segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Tais equipamentos foram responsáveis pela realização de 861,5 milhões de exames de diagnóstico no setor de Saúde Suplementar – contra 934,8 milhões feitos via Sistema Único de Saúde (SUS). Desses exames realizados por operadoras, 31,8 milhões foram de radiografias, 7,9 milhões de ressonâncias magnéticas, e outros 7,4 milhões de tomografias computadorizadas. Do total, 17,5% foram acessados via internet (ou 83,4 milhões), possibilidade viabilizada pela evolução da radiologia digital. Os dados são do Painel Abramed “O DNA do diagnóstico” de 2019, desenvolvido pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

De acordo com Gustavo Meirelles, gestor médico de Radiologia, Estratégia e Inovação do Grupo Fleury, duas das principais vantagens dos resultados de exames online para o paciente são a comodidade, já que ele não precisa voltar ao hospital para obter os resultados, e a continuidade da assistência – essencial para melhora no diagnóstico e tratamento. “Não ter acesso ao exame anterior é um problema bastante comum. Com a possibilidade de obter o resultado na internet, essa questão é solucionada, o que torna também a discussão de casos entre especialistas mais eficaz”, comenta.

O especialista complementa ainda que a radiologia digital possibilita que o histórico dos laudos seja acessado até mesmo pelo celular. Assim, os exames ficam sempre à disposição do paciente, independentemente do especialista que ele irá consultar ou da instituição em que será atendido, atendendo a uma das premissas da era da Saúde Digital: o empoderamento do indivíduo no cuidado com sua própria saúde.

Já para os centros de medicina diagnóstica, o resultado online traz ganho financeiro. “A instituição economiza com a impressão de laudos e envelopes, por exemplo”, destaca o especialista.

Meirelles ainda vê como vantagem para ambas as partes a possibilidade de ampliação do acesso à Saúde. “Exames online podem auxiliar no suporte a casos mais graves, ou ainda na telemedicina: se estou em São Paulo, posso prestar auxílio a um colega de uma cidade menor, e ele vai poder acessar as informações sobre o paciente em questão”, aponta Meirelles, complementando também que isso pode ser particularmente eficiente em situações como a imposta pela pandemia de coronavírus, nas quais o acesso remoto facilita a prestação do serviço.

Principais cuidados

Apesar das facilidades proporcionadas pela radiologia digital, há dois pontos de alerta em relação ao acesso online de exames: armazenamento e segurança. Em relação ao primeiro, Meirelles vê esse curso como natural, embora represente um investimento de implementação maior no início, já que o armazenamento do grande montante de dados pode chegar à casa dos zettabytes em um período breve. “Existe um investimento elevado para quem está começando e pode representar uma barreira inicial, tanto financeira quanto tecnológica, mas depois isso se transforma em economia no longo prazo”, garante.

Com relação à segurança da informação, ainda há questões a serem resolvidas, especialmente por conta da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que deve apresentar mudanças significativas para as organizações em termos de adequação. Mas Meirelles destaca que essa já é uma preocupação recorrente na Saúde. “Já existe a recomendação de tratar os dados com toda confidencialidade possível mesmo antes da lei. Essas informações pertencem ao paciente, então, as organizações têm a obrigação de mantê-las em sigilo e garantir proteção no acesso.”

Com os devidos cuidados, portanto, a tendência vista pelo especialista é de expansão no acesso a exames online, possibilitando comodidade para o paciente e melhoria na qualidade da assistência como um todo.

Fonte: MV

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